O que é psoríase gutata?
A psoríase gutata é um tipo de psoríase caracterizado pelo surgimento de pequenas manchas avermelhadas, em forma de gotas, espalhadas principalmente pelo tronco, braços e pernas.
Ao contrário da psoríase em placas, que apresenta lesões maiores e mais espessas, a gutata costuma surgir de forma aguda, muitas vezes após infecções bacterianas, especialmente infecções estreptocócicas do trato respiratório superior como amigdalite.
A psoríase gutata é mais comum em crianças e adolescentes do que em adultos. Seu aparecimento repentino pode assustar, mas em muitos casos, a condição tende a desaparecer espontaneamente.
Principais causas e fatores de risco
A psoríase gutata é frequentemente desencadeada por infecções estreptocócicas, especialmente amigdalites e faringites causadas por Streptococcus pyogenes.
Os principais fatores que aumentam o risco do aparecimento da psoríase gutata são:
- Histórico familiar de psoríase crônica, pois a genética influencia em 30% dos casos;
- Situações de estresse intenso ou prolongado;
- Alterações hormonais, especialmente na adolescência;
- Uso de medicamentos inibidores da TNF-alfa;
- Uso de remédios betabloqueadores ou antimaláricos;
- Infecções bacterianas, como infecções de garganta ou infecções de pele;
- Clima, especialmente frio e seco;
- Lesões na pele causadas por cortes, arranhões ou queimaduras.

Sintomas da psoríase gutata
Os sintomas da psoríase gutata aparecem de forma repentina com múltiplas manchas pequenas, em forma de gota, que se espalham rapidamente pelo corpo.
As lesões são pequenas (geralmente entre 1 e 10 mm), de cor rosada ou avermelhada, geralmente cobertas por escamas prateadas ou brancas que podem coçar e às vezes se tornar dolorosas.
As áreas mais afetadas frequentemente são os braços, as pernas, o couro cabeludo e o tronco. Em muitos casos, os sintomas aparecem cerca de 2 a 3 semanas após uma infecção de garganta, como uma amigdalite.
Psoríase gutata tem cura?
A psoríase gutata, assim como outros tipos de psoríase, não tem cura definitiva. No entanto, é comum que os sintomas desapareçam espontaneamente entre 1 e 3 semanas, especialmente em adolescentes e jovens adultos.
Ainda assim, é importante lembrar que remissão não significa cura. A psoríase gutata é uma condição autoimune e inflamatória, o que significa que, mesmo após a melhora dos sintomas, existe o risco de recorrência.
Em algumas pessoas, o surto é único. Em outras, podem ocorrer recorrências esporádicas. Já em determinados casos, a doença pode evoluir para a forma crônica, como a psoríase em placas.

Por isso, o objetivo do tratamento vai além de eliminar as lesões temporariamente. O foco deve ser em controlar os fatores desencadeantes, prevenir novas crises e garantir qualidade de vida a longo prazo.
Tratamento para psoríase gutata
Nos casos mais leves de psoríase gutata, o uso de hidratantes é frequentemente suficiente para controlar sintomas como descamação e coceira.
Quando necessário, os corticosteroides tópicos são o tratamento de primeira linha. Os esteroides tópicos estão disponíveis na forma de pomadas, cremes, loções, géis, espumas, sprays e shampoos.
O uso prolongado de corticosteroides deve ser feito com cautela e sob orientação médica, já que pode provocar efeitos adversos como atrofia da pele e aumento do risco de infecções cutâneas.
Quando a psoríase gutata se apresenta de forma moderada a grave, a fototerapia com ultravioleta (UVB de banda larga ou banda estreita) é o tratamento principal, podendo ser usada isoladamente ou em associação com outras terapias.
O tratamento também pode envolver cuidados complementares, como:
- Evitar estresse, que é um fator desencadeante comum.
- Tratar infecções bacterianas ou virais associadas (como faringites).
- Ajustar medicamentos que possam piorar os sintomas, sob orientação médica.
Se você está enfrentando uma crise de psoríase gutata ou já teve episódios anteriores, não espere os sintomas piorarem.
Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances de uma remissão rápida e duradoura, com menor impacto na qualidade de vida.
Andrezza Silvano Barreto Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE | Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE | Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma | Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 | Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals | Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária | Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária