Se você notou um carocinho incomodo no suvaco, saiba que é mais comum do que parece e, na maioria das vezes, não representa algo grave. Ainda assim, entender o que o que causa íngua na axila é importante para saber como agir e quando procurar um médico.
O que é uma íngua na axila?
A íngua na axila, também chamada de linfadenopatia axilar, é o aumento de um gânglio linfático nessa região do corpo. Isso pode acontecer quando há alguma infecção ou inflamação na própria axila ou em áreas próximas, fazendo com que os gânglios aumentem de tamanho e fiquem sensíveis ao toque.
Na prática, a íngua aparece como um caroço na axila, que pode ser firme ou mais amolecido, e surgir sozinho ou acompanhado de outros, como no pescoço ou virilha. Se o nódulo não desaparece com o tempo ou cresce progressivamente, é importante procurar um dermatologista para investigar a causa e indicar o tratamento mais adequado.

Principais causas da íngua na axila
Se você notou um caroço na axila e está se perguntando o que pode estar por trás disso, aqui vão as causas mais comuns:
1. Infecções: a causa mais comum da íngua na axila
Infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos ativam o sistema imunológico, que reage aumentando o tamanho dos linfonodos. Isso é comum após gripes, resfriados, infecções de garganta, catapora e até mesmo infecções sexualmente transmissíveis, como a sífilis e o HIV. Nessas situações, a íngua é uma resposta do sistema imunológico e costuma desaparecer conforme a infecção é controlada.
2. Inflamações na pele ou pelos encravados
A pele da axila é sensível e sujeita a pequenos traumas, principalmente após depilação com lâmina ou cera. Lesões superficiais, pelos encravados ou inflamações como foliculite e furúnculo podem desencadear uma resposta inflamatória nos linfonodos próximos. Nesses casos, a íngua costuma ser dolorida ao toque, de crescimento rápido e geralmente desaparece com o tratamento da inflamação local.

3. Doenças autoimunes
Condições como lúpus, artrite reumatoide ou sarcoidose fazem o próprio sistema imunológico atacar tecidos saudáveis, provocando inflamações mesmo sem infecção ativa. Nesses casos, o aumento dos gânglios pode vir acompanhado de sintomas como cansaço excessivo, dores articulares, suores noturnos, náuseas e perda de apetite.
4. Câncer e linfomas: causas menos comuns, mas importantes
O aparecimento de íngua na axila também pode estar relacionado a alguns tipos de câncer, como linfomas, leucemias e metástases de tumores, especialmente câncer de mama. Diferente das ínguas causadas por infecções, essas costumam ser indolores, endurecidas e podem crescer lentamente com o tempo.
Caso o caroço não desapareça após semanas, aumente de tamanho ou venha acompanhado de outros sintomas, como perda de peso e suor noturno, é importante procurar um médico o quanto antes.
5. Reações a vacinas
Algumas vacinas, como BCG, gripe, sarampo, varíola e a da COVID-19, podem causar o surgimento de ínguas temporárias na axila. A reação é considerada comum e o inchaço desaparece sozinho em até 4 semanas. Caso o caroço aumente ou persista, é importante consultar um médico para descartar outras causas.

Sintomas associados à íngua na axila
Além do caroço palpável, a íngua pode vir acompanhada de outros sintomas importantes:
- Dor, vermelhidão, sensibilidade ao toque e inchaço perceptível (geralmente presentes em infecções agudas).
- Febre, suores noturnos e cansaço excessivo (podem indicar uma resposta inflamatória mais generalizada ou uma infecção mais grave).
- Perda de peso sem causa aparente e diminuição de apetite (podem estar relacionadas a infecções crônicas ou certos tipos de câncer).
Se esses sintomas surgirem em conjunto ou persistirem por mais de duas semanas, é essencial procurar avaliação médica para um diagnóstico preciso.
Como tratar a íngua na axila?
O primeiro passo no tratamento de ínguas na axila é identificar a causa subjacente do inchaço. Para ajudar a reduzir a dor, o inchaço e estimular a drenagem dos linfonodos, é recomendada a aplicação de compressas mornas na região afetada por 10 a 15 minutos, de duas a três vezes ao dia.
Nos casos em que a dor ou o incômodo são mais intensos, o uso de anti-inflamatórios e analgésicos pode ser indicado por um profissional de saúde, ajudando o organismo a se recuperar com mais conforto.

Se a íngua estiver relacionada a uma infecção, como uma foliculite ou infecção bacteriana, o tratamento pode incluir antibióticos orais. É importante seguir corretamente o tempo e a dose indicados, mesmo que os sintomas desapareçam antes do fim do tratamento.
Já nos casos mais graves, em que há formação de abscesso (acúmulo de pus) ou presença de hidradenite supurativa, pode ser necessária uma drenagem cirúrgica ou até a remoção do tecido inflamado.
Nesses cenários, o acompanhamento com um especialista é indispensável para evitar complicações e garantir a recuperação adequada.
Quando procurar um médico?
Embora a maioria das ínguas seja benigna e passageira, é fundamental procurar clínico geral ou infectologista se:
- A íngua não desaparecer ou continuar aumentando após 15 dias;
- O caroço for muito endurecido, imóvel ou tiver crescimento rápido;
- Aparecerem outros sintomas como febre, perda de peso ou suor noturno;
- Houver histórico de infecções recorrentes, doenças autoimunes ou câncer na família.
Em casos como esses, o médico poderá solicitar exames para identificar a causa da íngua e indicar o tratamento mais adequado. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de uma recuperação sem complicações.
Agora queremos saber de você: já teve uma íngua na axila? Como foi o diagnóstico e o tratamento? Compartilhe nos comentários, sua experiência pode ajudar outras pessoas.
Andrezza Silvano Barreto Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE | Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE | Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma | Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 | Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals | Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária | Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária