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Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento

Publicação: 1 de setembro de 2025

Última modificação: 5 dias atrás

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento

Você já sentiu dor na bexiga ou aquela constante sensação de bexiga cheia e não deu muita importância? Esses sinais podem até parecer sintomas comuns de uma infecção na bexiga, mas na maioria dos casos também estão relacionados ao câncer de bexiga.

O que é o câncer de bexiga?

A bexigaé o órgão responsável por armazenar a urina produzida pelos rins até o momento da eliminação. Quando ocorre um crescimento descontrolado das células que revestem esse órgão, forma-se o câncer de bexiga. Ou seja, o câncer de bexiga é um tumor que se desenvolve no revestimento interno da bexiga urinária.

No entanto, diferentes tipos de células da bexiga podem dar origem ao câncer. Sendo assim, o tipo de célula onde o câncer começa determina o tipo de câncer de bexiga. Os principais tipos de câncer de bexiga são:

  • Carcinoma de células transicionais (ou urotelial): é o tipo mais comum, surgindo nas células que revestem a parte interna da bexiga.
  • Carcinoma de células escamosas (ou epidermoide): mais raro, ocorre quando células escamosas passam a se desenvolver na bexiga devido a longos períodos de irritação ou infecção crônica.  
  • Adenocarcinoma: também raro, começa nas células formadoras de glândulas (glandulares) da bexiga, após infecção ou irritação prolongadas.

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento
90% dos casos são de carcinoma de células transicionais — Foto: wikimedia

Fatores de risco para o câncer de bexiga

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que entre 2023 e 2025, sejam registrados cerca de 11.370 novos casos de câncer de bexiga, no Brasil.

O câncer de bexiga pode atingir pessoas de diferentes idades, mas alguns fatores aumentam significativamente as chances de desenvolver a doença.

  • Sexo e etnia

Os tumores de bexiga são de duas a três vezes mais comuns em homens do que em mulheres e aparecem com o dobro de frequência em pessoas brancas em comparação com negras.

  • Idade

Apesar de poder ocorrer em qualquer fase da vida, o risco aumenta entre os 60 e 70 anos. Cerca de 90% dos diagnósticos acontecem após os 55 anos.

  • Exposição a produtos químico

O contato frequente com substâncias como arsênio, tintas, borracha, couro, têxteis e produtos de pintura está associado a maior risco de câncer de bexiga.

  • Tabagismo

O tabagismo (especificamente o consumo de cigarros, charutos ou cachimbos) aumenta o risco de desenvolver a câncer de bexiga em até 50% dos casos em homens e até 40% dos casos em mulheres, pelo acúmulo de produtos químicos prejudiciais na urina.

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento
O tabagismo é a causa predisponente em até 50% dos casos — Foto: Adobe Stock
  • Tratamentos prévios com radiação

Pessoas que receberam tratamento radioterápico para o câncer de próstata, reto e útero tambémpodem ter maior predisposição ao câncer de bexiga.

  • Infecções crônicas na bexiga

Inflamações crônicas da bexiga, como infecção, pedras na bexiga ou uso contínuo de cateter urinário, podem aumentar o risco de desenvolver câncer de bexiga.

  • Histórico familiar

Se um ou mais de seus parentes de primeiro grau (pais ou irmãos) foram diagnosticados com câncer de bexiga, você apresenta mais chances de desenvolver a doença.

  • Uso de certos medicamentos

O uso de medicamentos como a ciclofosfamida (utilizada no tratamento de leucemias, linfomas e doenças autoimunes) e a fenacetina estão associadas a um risco maior de desenvolver câncer de bexiga.

Sintomas do câncer de bexiga

Os sintomas de câncer de bexiga podem ser confundidos facilmente com os sintomas de infecção na bexiga, como dor ao urinar ou vontade frequente de ir ao banheiro.

Além disso, algumas pessoas podem sentir desconfortos intensos, enquanto outras não apresentam nenhum dos sinais iniciais da doença.

Por isso, é importante reconhecer os principais sintomas:

  • Sangue na urina (hematúria): é o sintoma mais comum, presente em cerca de 90% dos casos. A urina pode ficar alaranjada, vermelha escura ou até marrom.
  • Mudanças nos hábitos urinários: como urgência para urinar, sensação de bexiga cheia mesmo após esvaziá-la, dificuldade para iniciar o xixi e jato urinário fraco ou interrompido.
  • Dor na bexiga ou queimação ao urinar: semelhante a dor causada por infecção urinária, mas no câncer de bexiga tende a ser mais persistente ou intensa.

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento
Hematúria é a presença de sangue na urina — Foto: Adobe Stock

Nos estágios mais avançados, os sintomas de câncer de bexiga podem incluir:

  • Perda de peso e falta de apetite sem causa aparente.
  • Cansaço e fadiga constante.
  • Inchaço nos pés e nas pernas.
  • Dor óssea (quando o câncer se espalha para os ossos).
  • Incapacidade de urinar.
  • Dor na região inferior do abdômen ou nas costas.

Se notar qualquer um desses sintomas, especialmente se persistirem por mais de algumas semanas, não hesite em procurar atendimento médico.

Diagnóstico do câncer de bexiga

Quando há suspeita de câncer de bexiga, o profissional de saúde pode encaminhar o paciente a um urologista, que fará uma avaliação clínica detalhada, incluindo histórico médico e exame físico.

Para confirmar o diagnóstico, diferentes exames podem ser solicitados:

Exames laboratoriais

  • Urinálise (citologia urinária): analisa a urina em laboratório para identificar células cancerígenas.

Exames endoscópicos

  • Cistoscopia: permite visualizar o interior da bexiga, podendo ser divido em dois tipos de procedimentos:
    • Cistoscopia flexível: feita com um cistoscópio fino e maleável, que ajuda a identificar um nódulo anormal ou para realizar uma biópsia.
    • Cistoscopia rígida: utiliza um cistoscópio reto e maior, indicado para coleta de amostras mais precisas ou até mesmo para remover parte do tumor.

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento
A citoscopia é um tipo de exame urológico para diagnóstico — Foto: Divulgação / Google

Exames de imagem

  • Tomografia computadorizada (TC): avalia o tamanho do tumor e se houve disseminação para linfonodos ou órgãos próximos e distantes, como os pulmões.
  • Ressonância magnética (RM): fornece imagens detalhadas da região pélvica para analisar a extensão local do tumor.
  • PET/TC (tomografia por emissão de pósitrons): indicada quando outros exames apresentam resultados inconclusivos ou quando a biópsia de linfonodos não pode ser realizada.

É importante saber que esses exames são complementares e que cabe ao médico especialista definir quais são os mais adequados para cada caso, garantindo um diagnóstico preciso e seguro.

Tratamento do câncer de bexiga

O tratamento do câncer de bexiga depende de fatores como o estágio da doença, o tipo de tumor, a condição de saúde do paciente e até suas preferências pessoais.

Os principais métodos incluem cirurgia, quimioterapia, imunoterapia e radioterapia, que podem ser usados isoladamente ou em combinação.

Cirurgia

A cirurgia é parte do tratamento da maioria dos cânceres de bexiga, sendo que o tipo de cirurgia depende do estágio da doença:

  • Ressecção transuretral do tumor da bexiga (RTU ou TURBT): é feita para remover tumores pequenos e superficiais em estágio inicial.
  • Cistectomia parcial: é a remoção de apenas uma parte da bexiga. Geralmente indicada para tumores restritos a uma área da bexiga.
  • Cistectomia radical: consiste na remoção completa da bexiga. Geralmente indicada para tumores mais invasivos. Após esse procedimento, é necessário realizar um desvio urinário para que a urina continue sendo eliminada do corpo.

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento
Ilustração de cateter urinário suprapúbico para esvaziamento da bexiga — Foto: MEDPERTISE / edição: Vuelo Pharma

Quimioterapia

A quimioterapia pode ser administrada de duas formas:

  • Intravesical: aplicada diretamente dentro da bexiga por meio de um cateter. Geralmente é indicada para cânceres uroteliais e ajuda a reduzir o risco de recidiva.
  • Sistêmica: administrada pela corrente sanguínea, antes (quimioterapia neoadjuvante) ou depois (adjuvante) da cirurgia. É usada para aumentar as chances de eliminação de células cancerígenas e reduzir a disseminação da doença.

Imunoterapia

A imunoterapia tem como objetivo estimular o próprio sistema imunológico a combater o câncer. O tratamento mais comum é feito com o bacilo Calmette-Guérin (BCG), considerada a imunoterapia intravesical mais eficaz para o tratamento de câncer de bexiga em estágio inicial.

A vacina BCG é administrada diretamente na bexiga através de um cateter. As células do sistema imunológico são então ativadas, o que por sua vez afeta as células cancerígenas na bexiga.

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento
Após a remoção do tumor (RTU), o BCG é aplicado na bexiga para estimular a imunidade e reduzir o risco de o câncer voltar — Foto: Adobe Stock

Radioterapia

O tratamento radioterápico consiste no uso de radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas. A radioterapia pode ser usada como parte do tratamento para câncer de bexiga em estágio inicial, após a cirurgia.

A radiação costuma ser combinada com a quimioterapia e a cirurgia (TURBT), em uma abordagem chamada terapia trimodal, que busca preservar a bexiga quando a cistectomia radical não é viável ou desejada.

Recuperação após a cirurgia da bexiga

Os cuidados pós-operatórios da cirurgia da bexiga são importantes para evitar o risco de complicações e permitir que o paciente recupere seu bem-estar e qualidade de vida.

A recuperação varia de pessoa para pessoa e pode depender do tipo de cirurgia, da condição de saúde antes do procedimento e da ocorrência de complicações.

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento
Quando o câncer de bexiga é diagnosticado cedo, as chances de sobreviver 5 anos chegam a 90%, segundo o oncoguia — Foto: Adobe Stock
Cuidados no pós-operatório imediato

Nos primeiros dias após a cirurgia, é essencial seguir as orientações médicas sobre medicação, curativos e observação de sinais como sangramento, febre ou dificuldade para urinar. O retorno ambulatorial costuma ocorrer entre 7 e 10 dias.

Atividades físicas e esforços

Durante as primeiras semanas, é recomendado evitar levantar peso, carregar compras, crianças de colo ou realizar exercícios de impacto. Caminhadas leves podem ser recomendadas, conforme liberação médica. O esforço físico intenso só deve ser retomado após autorização do especialista.

Alimentação e hidratação

A dieta pode ser normal após o retorno do apetite, mas recomenda-se priorizar alimentos ricos em fibras, frutas e legumes, além de manter boa ingestão de líquidos. Essa rotina ajuda na cicatrização e no funcionamento do intestino.

Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento
A ingestão inadequada de nutrientes aumenta o risco de câncer de bexiga — Foto: Adobe Stock
Cuidados com o desvio urinário (quando necessário)

Em casos de cistectomia total, pode ser necessário um desvio urinário. É importante observar o local da abertura no abdome, verificar sinais de infecção e realizar exames periódicos para acompanhar a função renal.

Acompanhamento médico

O acompanhamento com o urologista após a cirurgia é fundamental para monitorar a recuperação e prevenir complicações. Geralmente, os exames de controle acontecem a cada 3 meses nos 2 primeiros anos e podem incluir citologia urinária, exames de sangue e de imagem.

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