Cuidar de um paciente ou ente querido acamado, exige mais do que tempo e dedicação. É preciso também saber como aliviar o desconforto, prevenir complicações e garantir mais qualidade de vida ao paciente.
Pensando nisso, criamos este guia com orientações práticas e acolhedoras para ajudar você a oferecer um cuidado completo e humanizado, seja em casa ou no ambiente hospitalar.
O que significa ser um paciente acamado?
Um paciente acamado é alguém que, por motivo de doença, condição clínica ou recuperação, precisa permanecer por longos períodos na cama e apresenta mobilidade reduzida ou inexistente.
Isso significa que tarefas simples do dia a dia, como ir ao banheiro ou tomar banho, só podem ser realizadas com ajuda. Essa condição pode ser temporária ou permanente, dependendo da causa e da resposta ao tratamento.

Além disso, a imobilidade prolongada traz diversos riscos, como:
- Síndrome de desuso: perda de massa muscular e enfraquecimento no corpo todo.
- Úlceras de pressão: também conhecidas como escaras, surgem pela pressão contínua sobre a pele e falta de movimentação.
- Infecções respiratórias e urinárias: comuns em quem permanece por muito tempo na mesma posição.
- Problemas circulatórios e digestivos: como trombose e constipação.
Por isso, entender e aplicar os cuidados corretos faz toda a diferença na recuperação e na qualidade de vida do paciente.
5 cuidados físicos fundamentais
Cuidar de uma pessoa acamada exige atenção constante, mas pequenas ações diárias fazem toda a diferença. Veja a seguir os principais cuidados com pacientes acamados:
1.Fazer a mudança de decúbito regularmente
A mudança de posição (ou mudança de decúbito) deve ser feita a cada 2 horas. Isso evita a formação de úlceras de pressão, melhora a circulação e previne complicações respiratórias.
É importante saber que as pessoas acamadas precisam de ajuda para girar de um lado para o outro ou ser reposicionados de forma segura.
Além disso, elevar a cabeceira da cama em posição de Fowler (45º a 60º) nas refeições evita refluxo, facilita a digestão e previne aspiração de alimentos.
Dica prática: use travesseiros ou almofadas para apoiar joelhos, costas e braços, garantindo alinhamento e conforto.

2.Garantir uma boa higiene corporal e bucal
Manter o paciente acamado limpo, seco e hidratado é essencial para evitar infecções, manter a autoestima e promover a sensação de bem-estar. Isso inclui:
- Banhos diários (no leito, com toalhas umedecidas, se necessário);
- Trocas frequente de roupas e fraldas;
- Cuidados com o cabelo;
- Manter as unhas bem aparadas (para evitar arranhões);
- Escovação dos dentes após cada refeição;
- Hidratação da pele com cremes específicos.
Ao fazer a higiene, aproveite para observar a pele. Vermelhidões, bolhas ou machucados devem ser considerados sinais de alerta.

3.Promover uma boa nutrição e hidratação
A alimentação precisa ser única para cada paciente, considerando as orientações médicas e nutricionais. Uma dieta equilibrada, rica em proteínas, vitaminas e fibras, ajuda na recuperação, evita constipação, fortalece o sistema imunológico e ajuda na cicatrização de possíveis feridas.
Alerta: sinais como boca seca, urina escura e sonolência excessiva podem indicar desidratação.

4.Oferecer um ambiente acolhedor e arejado
O lugar onde a pessoa acamada passa a maior parte do tempo influencia diretamente no humor, na segurança e na resposta ao tratamento.
Como criar um ambiente seguro e humanizado:
- Ventile o ambiente com janelas abertas (sem corrente fria).
- Regule a temperatura para conforto térmico.
- Use cores suaves nas paredes e mantenha itens afetivos por perto.
- Remova tapetes e objetos que possam causar quedas.
- Troque as roupas de cama com frequência.
- Posicione objetos úteis (controle remoto, livros, água) ao alcance das mãos.
- Preserve a privacidade do paciente, mesmo durante os cuidados.

5.Prevenir escaras e lesões na pele por decúbito e pressão
As úlceras por pressão podem se formar rapidamente e causar dor intensa. Para evitar que isso aconteça, é importante:
- Inspeção diária da pele (especialmente ombros, quadris e calcanhares);
- Colchão pneumático ou piramidal para alívio de pressão;
- Manter a pele sempre limpa, seca e hidratada;
- Massagens suaves para estimular a circulação (se não houver vermelhidão);
- Curativos avançados, como a Membrana Regenerativa Porosa Membracel e acompanhamento da equipe de enfermagem quando necessário.

O apoio emocional faz toda a diferença
Muitas vezes esquecemos que, além da dor física, o paciente acamado também pode sentir medo, tristeza, ansiedade ou solidão. E ignorar essas emoções pode comprometer não só o bem-estar emocional, mas também a recuperação física dessa pessoa.
Para cuidar da saúde mental, o primeiro passo é manter vínculos afetivos vivos. Sendo assim, estimule o contato social regularmente com visitas de familiares e amigos, chamadas de vídeo, ligações ou até o envio de fotos são pequenos gestos que fazem uma enorme diferença no dia a dia.
Outra forma de acolher é propor atividades que respeitem os limites e interesses da pessoa. Leitura, jogos de tabuleiro, pintura, quebra-cabeças, tricô ou outras atividades criativas promovem conexão emocional e uma sensação real de prazer.

Acima de tudo, demonstre empatia. Ouvir com atenção, validar sentimentos e respeitar o tempo emocional do paciente é tão importante quanto oferecer um remédio. E, se necessário, não hesite em considerar o apoio de um profissional de saúde mental.
Sempre que possível, incentive a pessoa a participar de pequenas decisões, como escolher a roupa do dia ou opinar sobre as refeições. Esse simples gesto preserva a dignidade, fortalece a autoestima e devolve a ele a sensação de autonomia.
No fim das contas, mais do que cuidados físicos, o paciente acamado precisa se sentir ouvido, valorizado e emocionalmente amparado. E isso começa com presença, empatia e escuta verdadeira.
Quando buscar ajuda profissional
Você não precisa (e nem deve) cuidar de tudo sozinho. Contar com uma equipe especializada garante segurança e melhores resultados.
Procure ajuda profissional quando:
- Houver sinais de infecção, feridas na pele ou febre persistente;
- O paciente apresentar dificuldade para se alimentar ou engolir;
- O emocional estiver abalado, com indícios de depressão ou isolamento;
- For necessário cuidados específicos, como fisioterapia, reeducação alimentar ou suporte para comunicação.
Profissionais como enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, cuidadores capacitados e fonoaudiólogos oferecem suporte técnico, conforto e segurança tanto para o paciente quanto para quem cuida.

Checklist prático para o dia a dia
Organizar uma rotina é essencial para evitar esquecimentos e garantir constância nos cuidados com o paciente acamado. Confira um checklist básico que pode facilitar esse cuidado no dia a dia:
- Mudar o paciente de posição a cada 2 horas
- Higienizar o corpo e escovar os dentes após todas as refeições
- Oferecer água várias vezes ao dia, de preferência a cada 1 ou 2 horas
- Manter uma alimentação equilibrada, saudável e nutritiva
- Observar a pele diariamente, especialmente nas áreas de apoio (ombros, quadris, calcanhares)
- Trocar roupas de cama com regularidade
- Registrar os horários das refeições, medicamentos e trocas de fralda
- Manter o ambiente sempre limpo, calmo e confortável
- Estimular o paciente com interações afetivas e atividades cognitivas
- Anotar sinais de alerta, como febre, feridas, tosse persistente ou sonolência excessiva
- Ter à mão uma lista atualizada com os contatos médicos e de emergência
Cuidar de uma pessoa acamada exige presença, carinho e apoio. A Vuelo Pharma está ao seu lado nessa jornada, com produtos de qualidade e suporte próximo para te orientar e acompanhar em cada etapa do cuidado.
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Andrezza Silvano Barreto Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE | Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE | Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma | Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 | Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals | Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária | Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária