A pele é o maior órgão do corpo e é composta por duas camadas principais: epiderme e derme. Logo abaixo delas, está a hipoderme, também chamada de tecido subcutâneo.
A epiderme é a camada mais externa da pele e atua como uma barreira protetora contra o ambiente externo, como bactérias, poluição e radiação solar.
Já a derme, localizada logo abaixo, é responsável por grande parte da sustentação, elasticidade e sensibilidade da pele.
Mas é a hipoderme, a camada mais profunda, que costuma passar despercebida.
O que é hipoderme?
A hipoderme ou tecido subcutâneo é um tecido de transição que conecta a pele às estruturas mais profundas do corpo, como músculos e ossos.
É formada por tecido adiposo (gordura) e tecido conjuntivo, que atua como isolamento térmico, reserva de energia e amortecimento de impactos, protegendo os músculos e órgãos internos.
Ou seja, a gordura armazenada na hipoderme atua como um importante estoque de energia para o corpo e ajuda a manter a temperatura corporal estável.
Além disso, essa camada é rica em vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo frouxo, que conectam a pele às estruturas mais profundas do organismo.
No entanto, a distribuição da gordura na hipoderme varia de pessoa para pessoa. Fatores como hormônios (insulina, estrogênio, testosterona, glucagon, leptina e outros) e genética influenciam onde essa gordura será armazenada.
A espessura da hipoderme e o acúmulo de gordura variam conforme a região do corpo – Foto: Adobe Stock
De maneira geral:
- Homens tendem a acumular mais gordura no pescoço, abdômen, braços e região lombar;
- Mulheres, por outro lado, concentram mais gordura nos seios, quadris, coxas e nádegas.
Com o passar dos anos, essa distribuição também muda naturalmente, acompanhando o processo de amadurecimento e envelhecimento do corpo.
Vale destacar que a quantidade e a qualidade do tecido adiposo subcutâneo também influenciam na cicatrização de feridas profundas, na resposta inflamatória do organismo e até na absorção de medicamentos injetáveis.
Composição da hipoderme
A hipoderme é formada por três componentes principais:
1 – Tecido adiposo
O tecido adiposo funciona como um reservatório de energia, isolante térmico e proteção para os órgãos internos. É composto por células adiposas, chamadas adipócitos, que armazenam gordura na forma de triglicerídeos.
O tecido adiposo, ou gordura corporal, é um tipo de tecido conjuntivo onde os adipócitos armazenam gordura – Foto: Adobe Stock
3 – Tecido conjuntivo frouxo
São tecidos densos e fibrosos compostos de colágeno e elastina que oferecem sustentação, elasticidade e estrutura para outros tecidos e órgãos do corpo.
Além disso, conecta a pele às camadas mais profundas e ajuda a manter a integridade da pele mesmo diante de traumas ou tensões.
3 – Vasos sanguíneos e nervos
A hipoderme é rica em vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares), responsáveis por nutrir a pele e remover resíduos metabólicos. Já os nervos são importantes para a sensibilidade da pele e para a regulação da temperatura corporal.
Funções da hipoderme
As principais funções da hipoderme são:
- Isolamento térmico: a gordura armazenada na hipoderme funciona como um isolante térmico natural, ajudando a manter a temperatura corporal, protegendo contra o frio extremo ou calor excessivo.
- Proteção contra traumas: a gordura na hipoderme age como um acolchoamento ou um amortecedor que protege os ossos, músculos e órgãos do frio, trauma ou impacto.
- Reserva energética: o tecido adiposo presente na hipoderme funciona como uma reserva de energia, que pode ser mobilizada pelo organismo em situações de necessidade, como jejum prolongado ou exercícios físicos intensos.
- Sustentação da derme: o tecido conjuntivo frouxo garante suporte e elasticidade à derme, permitindo que a pele acompanhe os movimentos do corpo sem sofrer danos, rupturas ou perda de integridade.
O tecido conjuntivo frouxo é um tipo de tecido conjuntivo presente na derme e sob o tecido epitelial de diversos órgãos – Foto: Adobe Stock
Doenças e alterações da hipoderme
A hipoderme está sujeita a diversas doenças e alterações. Uma das mais conhecidas é a paniculite, uma inflamação do tecido adiposo que pode causar dor, nódulos e vermelhidão na pele.
Alterações como celulite (embora não seja uma doença, e sim uma condição estética comum), lipoestesia (perda generalizada de gordura) e lipoatrofia (perda de gordura em áreas localizadas) também envolvem diretamente a hipoderme.
Lesões mais graves, como úlceras por pressão, queimaduras de segundo e terceiro grau e feridas cirúrgicas, podem atingir essa camada subcutânea, comprometendo a regeneração da pele e tornando o processo de cicatrização mais lento e complexo.
Além disso, infecções como abscessos e erisipelas, alterações causadas pela obesidade e os efeitos naturais do envelhecimento, como a redução do volume de gordura subcutânea, também fazem parte do conjunto de condições que podem impactar a saúde da hipoderme.
Importância clínica da hipoderme
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a hipoderme é responsável por unir a epiderme e a derme às estruturas mais profundas do corpo. Além disso, mantém a temperatura corporal estável e acumula energia para o bom funcionamento do organismo.
Quando ocorrem feridas mais profundas, como úlceras ou queimaduras, é a hipoderme que pode ser comprometida. E, por isso, sua regeneração é importante para uma cicatrização adequada e sem complicações.
Queimaduras que atingem a hipoderme são consideradas graves, pois alcançam a camada de gordura e tecido conjuntivo abaixo da derme – Foto: Adobe Stock
Regeneração da hipoderme com tecnologias avançadas
Quando a hipoderme é lesionada, é necessário cuidados especializados para garantir uma cicatrização eficiente e evitar complicações.
Uma das tecnologias mais avançadas é a Membrana Regeneradora Porosa Membracel, um curativo especial que atua temporariamente como substituto da pele.
Indicada para o tratamento de feridas como queimaduras, úlceras e feridas cirúrgicas, a membrana forma uma barreira física que protege a lesão de contaminantes externos, reduzindo a área exposta em até 95% e aliviando a dor logo na primeira aplicação.
Além de proteção, a Membracel contribui para a cicatrização ao manter o ambiente úmido ideal para a regeneração da pele, permitindo a drenagem do excesso de exsudato para um curativo secundário através de seus poros.
Outro benefício importante é que a Membracel, por ser de longa permanência, não necessita de trocas frequentes, minimizando traumas no tecido recém-formado e favorecendo a integridade do tecido de granulação.
A Membracel acelera a cicatrização da pele e alivia a dor em poucos minutos – Foto: Vuelo Pharma
Cuidados e prevenção de lesões subcutâneas
A melhor forma de manter a hipoderme saudável é investir na prevenção de danos e nos cuidados diários com a pele. Veja algumas orientações importantes:
- Hidrate a pele para melhorar a elasticidade e evitar lesões por atrito ou ressecamento.
- Beba bastante água para manter a integridade da pele e a elasticidade.
- Evite exposição prolongada ao sol ou ao frio extremo, pois esses fatores podem prejudicar a saúde da hipoderme.
- Fazer o uso diário de protetor solar para prevenir danos causados pelos raios UV, que aceleram o envelhecimento da pele e podem causar câncer de pele.
- Tenha uma alimentação equilibrada, rica em antioxidantes, gorduras saudáveis e proteínas favorece a saúde das células da pele.
- Mantenha-se em movimento para melhorar a circulação sanguínea e a regeneração do tecido subcutâneo.
- Use proteção adequada em atividades com risco de traumas para evitar danos à hipoderme.
- Para pacientes acamados ou com mobilidade reduzida, utilize colchões especiais, troque de posição regularmente e use curativos tecnológicos para prevenir úlceras.
- Em caso de lesões, é importante higienizar a área e utilizar produtos adequados, como membranas regeneradoras, para promover a cicatrização
- Pacientes com diabetes ou problemas circulatórios devem ter atenção redobrada à saúde da pele, uma vez que estas condições podem comprometer a cicatrização e facilitar o surgimento de lesões.
- Evitar o tabagismo, pois o hábito de fumar compromete a circulação sanguínea, o que prejudica a capacidade de regeneração da hipoderme.
- Faça consultas regulares com dermatologistas, estomaterapeutas ou enfermeiros especializados para monitorar a saúde da pele.
Quer saber mais? Descubra quais as funções de cada uma das camadas da pele!
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária