O que é o escape de urina ao tossir?
O escape de urina ao tossir, também conhecido como incontinência urinária de esforço, acontece quando há perda involuntária de urina durante atividades que aumentam a pressão dentro do abdômen, como tossir, espirrar, rir ou levantar peso.
Esse aumento de pressão faz com que a bexiga sofra uma compressão súbita e o músculo que contém a urina (esfíncter uretral) não consegue manter o controle total, resultando em pequenos escapes.
A incontinência urinária de esforço pode afetar homens e mulheres de diferentes idades, embora seja mais comum entre mulheres e pessoas acima dos 50 anos.
É importante destacar que, apesar de frequente, a perda de urina ao tossir ou espirrar não deve ser considerada algo normal ou “parte do envelhecimento”. Na maioria dos casos, há tratamentos eficazes que ajudam a recuperar o controle urinário e melhorar a qualidade de vida.
Além disso, o treinamento da musculatura do assoalho pélvico é uma das principais estratégias de tratamento para incontinência urinária e pode prevenir a progressão do problema.

Principais causas da incontinência urinária de esforço
A incontinência urinária de esforço ocorre quando o aumento da pressão dentro da bexiga (durante ações como tossir, espirrar ou levantar peso) excede a capacidade da uretra de se manter fechada.
Isso acontece devido ao enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico ou dos músculos esfincterianos que controlam a saída da urina.
Além disso, essa condição está frequentemente associada a fatores de risco que contribuem para o enfraquecimento dessa estrutura de sustentação, tais como:
- Sexo feminino: as mulheres são mais afetadas devido à estrutura anatômica do assoalho pélvico e às alterações hormonais ao longo da vida.
- Idade: com o passar dos anos, ocorre uma perda natural de tônus muscular e elasticidade nos tecidos pélvicos.
- Predisposição genética: histórico familiar pode aumentar a propensão à incontinência urinária de esforço.
- Gravidez e partos vaginais múltiplos: o estiramento e enfraquecimento dos músculos pélvicos durante a gestação e o parto são causas frequentes da perda de urina ao tossir ou espirrar.
- Menopausa: a redução dos níveis de estrogênio afeta diretamente o tônus e a resistência da musculatura pélvica.
- Obesidade: o excesso de peso aumenta a pressão sobre a bexiga, favorecendo episódios de escape urinário.
- Tabagismo e constipação crônica: ambos contribuem para a pressão abdominal excessiva e para o enfraquecimento do assoalho pélvico.
- Cirurgias pélvicas ou ginecológicas: procedimentos como histerectomia podem alterar a sustentação dos órgãos pélvicos.
Além desses fatores, condições como o prolapso dos órgãos pélvicos, comum após o parto ou na pós-menopausa, estão frequentemente associadas à IUE.

Diagnóstico e quando procurar um médico
O diagnóstico da incontinência urinária de esforço começa com uma conversa detalhada sobre os sintomas, frequência das perdas, situações em que ocorrem (como tossir, rir ou levantar peso) e histórico de saúde.
O médico também pode solicitar que o paciente registre, por alguns dias, os horários em que urina e os episódios de perda acontecem, num chamado diário miccional.
Em seguida, é realizado um exame físico, que avalia:
- a força e sensibilidade da musculatura pélvica;
- sinais de alterações hormonais ou cirúrgicas;
- em mulheres, a presença de atrofia vaginal ou prolapso de órgãos pélvicos;
- em homens, o tamanho e a função da próstata.
Quando necessário, o médico pode pedir exames como:
- Urinálise e cultura de urina, para descartar infecções;
- Ultrassom ou cateterismo, para avaliar se há urina residual na bexiga;
- Exames urodinâmicos, que medem a capacidade da bexiga e o controle do esfíncter durante o enchimento e esvaziamento.
Essas informações ajudam a diferenciar os tipos de incontinência e definir se o problema é muscular, hormonal ou neurológico.
Por isso que buscar o diagnóstico precoce é o primeiro passo para recuperar o controle urinário e melhorar a qualidade de vida.

Quando procurar um médico
Muitas pessoas acreditam que a perda de urina ao tossir é algo normal com o passar dos anos, mas não é. Qualquer sintoma persistente de incontinência urinária deve ser avaliado por um profissional de saúde.
Procure atendimento médico se:
- o escape urinário for frequente ou causar constrangimento;
- houver dor, ardência ou dificuldade para urinar;
- existir fraqueza ou perda de sensibilidade nas pernas ou região íntima (sinais neurológicos que exigem atenção imediata).
Mesmo quando os sintomas são leves, um enfermeiro Estomaterapeuta, urologista ou ginecologista pode orientar sobre o tratamentomais adequado e medidas de prevenção.
Tratamentos para incontinência urinária de esforço
O tratamento para a incontinência urinária de esforço varia conforme a causa e a gravidade dos sintomas, podendo envolver mudanças no estilo de vida, treinamento da musculatura do assoalho pélvico, uso de dispositivos mecânicos, medicamentos ou cirurgia.
Independentemente da opção escolhida, recomenda-se adotar hábitos saudáveis que ajudam a reduzir o escape de urina, como perder peso, parar de fumar, controlar a constipação e evitar bebidas e alimentos irritantes à bexiga, como café, álcool, refrigerantes e comidas muito ácidas ou apimentadas.
1. Tratamentos comportamentais e fisioterápicos
As abordagens conservadoras são o primeiro passo no manejo da incontinência urinária de esforço:
- Treinamento da bexiga: envolve estabelecer horários regulares para urinar e aumentar gradualmente o intervalo entre as idas ao banheiro.
- Treinamento da musculatura do assoalho pélvico (cinesioterapia): fortalecem os músculos responsáveis pelo controle urinário e são eficazes quando realizados de forma regular e orientada por um profissional.
- Biofeedback e eletroestimulação: técnicas que auxiliam o paciente a reconhecer e ativar corretamente os músculos do assoalho pélvico, aumentando a eficácia dos exercícios.
Essas práticas, quando realizadas de forma consistente, podem reduzir significativamente os episódios de perda de urina ao espirrar, tossir ou fazer esforço físico.
2. Dispositivos mecânicos
Para mulheres que não desejam ou não podem realizar cirurgia, existem dispositivos intravaginais, como os pessários e suportes vaginais da bexiga, que ajudam a sustentar a uretra e a reduzir o vazamento de urina durante esforços físicos.
Além disso, esses dispositivos são especialmente úteis para mulheres com prolapso pélvico ou que apresentam incontinência leve a moderada.
3. Tratamentos farmacológicos
Alguns medicamentos podem ser indicados em casos específicos, como:
- Duloxetina: atua nos neurotransmissores que controlam o esfíncter uretral, reduzindo os episódios de perda urinária.
- Estrogênio tópico: em mulheres na pós-menopausa, melhora a tonicidade dos tecidos vaginais e uretrais, auxiliando no controle da urina.
É importante lembrar que a medicação deve ser sempre prescrita por um médico, após avaliação individualizada.
4. Tratamento Cirúrgico
Quando os métodos conservadores não trazem os resultados esperados, pode-se recorrer a cirurgias corretivas, que visam reforçar a sustentação da uretra e dos tecidos pélvicos. Os procedimentos mais comuns são:
- Sling uretral (tipoia vaginal): uma pequena faixa de tecido ou material sintético é posicionada sob a uretra para oferecer suporte e prevenir o escape de urina.
- Colpossuspensão de Burch e variações laparoscópicas: reposicionam o colo da bexiga para restaurar o controle urinário.
- Esfíncteres urinários artificiais (em casos graves): utilizados principalmente em homens após cirurgias prostáticas, ajudam a manter a uretra fechada e controlada por uma válvula manual.
Essas opções cirúrgicas apresentam altas taxas de sucesso, mas devem ser avaliadas com base na condição de cada paciente e no histórico de saúde.
Membracel na cicatrização de lesões decorrentes de cirurgias urológicas
As cirurgias urológicas, apesar de fundamentais para o tratamento de diversas condições do trato urinário, podem ocasionalmente gerar complicações cutâneas e feridas de difícil cicatrização.
As complicações mais comuns incluem deiscência de sutura, infecção local, necrose superficial, dermatite por contato com urina e ulcerações periestomais.
Essas lesões, muitas vezes localizadas em áreas sensíveis como períneo, escroto, abdome inferior ou ao redor de estomas, requer um cuidado especial para restaurar a integridade tecidual sem causar dor ou trauma adicional.
Nesses casos, a Membracel, uma membrana de celulose cristalina, atua como um substituto temporário da pele, protegendo o leito da ferida, controlando o exsudato e acelerando a regeneração tecidual.

Seu ambiente úmido e controlado favorece a granulação e a epitelização, promovendo uma cicatrização mais rápida e segura. O uso da Membracel é especialmente benéfico em situações como:
- Feridas cirúrgicas abertas ou com deiscência, após procedimentos como prostatectomia, cistectomia ou uretroplastia;
- Lesões por extravasamento de urina ou dermatite amoniacal ao redor de sondas e estomas urinários;
- Ulcerações periestomais causadas pelo uso contínuo de dispositivos coletores;
- Feridas escrotais, penianas ou perineais após drenagem de abscessos ou intervenções reconstrutivas;
- Áreas de necrose superficial ou inflamação crônica em regiões submetidas a radioterapia ou cateterismo prolongado.
Além de acelerar o processo de cicatrização, a Membracel proporciona conforto ao paciente, reduz o risco de infecção secundária e facilita o manejo clínico, já que pode permanecer sobre a ferida entre 5 e 12 dias, sendo trocado apenas quando necessário.
Assim, a Membracel se destaca como um curativo eficaz e seguro para promover recuperação rápida, com menor desconforto e melhor qualidade estética da cicatriz.
Prevenção e mudanças no estilo de vida
Segundo o Ministério da Saúde, as principais medidas para prevenir a incontinência urinária de esforço incluem:
- manter um peso corporal saudável, evitando a obesidade;
- praticar exercícios físicos regularmente;
- controlar o ganho de peso durante a gestação;
- realizar exercícios fisioterápicos que fortaleçam a musculatura da parte inferior do abdome e o assoalho pélvico.
Além disso, algumas mudanças no estilo de vida ajudam a proteger a saúde urinária:
- adotar uma alimentação equilibrada e rica em fibras;
evitar ficar longos períodos sem urinar;
ir ao banheiro a cada 3 horas, em média;
reduzir a ingestão de líquidos à noite;
evitar bebidas alcoólicas e com cafeína;
diminuir o consumo de alimentos muito ácidos;
controlar doenças crônicas, como diabetes e infecções urinárias;
manter uma boa postura e cuidado ao levantar peso;
realizar acompanhamento regular com profissionais de saúde.
Com informação e hábitos saudáveis, é possível melhorar a qualidade de vida e prevenir a incontinência urinária de esforço.
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Andrezza Silvano Barreto Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE | Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE | Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma | Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 | Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals | Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária | Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária



