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A osteomielite é uma das principais causas de amputações do pé diabético

A osteomielite é uma das principais causas de amputações do pé diabético

Publicação: 19 de agosto de 2024

Última modificação: 6 meses atrás

O levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), registrou mais de 31 mil amputações de membros inferiores no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022. Isso significa que – a cada dia – pelo menos 85 brasileirostiveram seus pés ou pernas amputadas na rede pública de saúde.

O que é a Osteomielite em Pé Diabético?

O pé diabético é uma das complicações mais comuns em pessoas com diabetes, devido à neuropatia diabética, que reduz a sensibilidade nos pés, fazendo com que pequenas feridas ou ulcerações possam passar despercebidas.

Quando não tratadas adequadamente, essas feridas podem evoluir para infecções graves, como a osteomielite, uma infecção óssea que ocorre quando as bactérias ou fungos se espalham dos tecidos moles para o osso.

Por este motivo, a osteomielite é considerada uma das principais causas de amputações não traumáticas em pé diabético.

Saiba como classificar úlceras em pés diabéticos com a classificação de Wagner.

Sintomas da Osteomielite em Pé Diabético

Os sintomas da osteomielite em pé diabético podem variar dependendo da gravidade da infecção e do tempo de evolução. No entanto, os sinais mais comuns incluem:

  • Sensibilidade e vermelhidão na área infectada;
  • Inchaço;
  • Perda na amplitude de movimentos;
  • Feridas abertas na região dos pés com presença de pus;
  • Sensação de calor na área afetada;
  • Náusea;
  • Presença de febre e calafrios.

Fatores de Risco

Os pacientes diabéticos estão mais propensos a desenvolver osteomielite devido a uma combinação de fatores, como:

  • Neuropatia periférica: diminui a sensibilidade nos pés, tornando os pacientes menos conscientes de lesões;
  • Isquemia: a má circulação sanguínea dificulta a cicatrização e a resposta imunológica;
  • Infecções crônicas: úlceras de longa duração são uma porta de entrada para bactérias que podem infectar o osso subjacente.

A osteomielite é uma das principais causas de amputações do pé diabético
Alterações na circulação é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da osteomielite – Foto: Freepik

Qual é a Classificação da Osteomielite?

A osteomielite pode ser classificada em três estágios:

  • Osteomielite aguda: quando há infecção em até duas semanas;

Nestes casos, os sintomas são dor, inchaço e manchas vermelhas na pele. Além disso, não há alterações ósseas estruturais (necrose óssea).

  • Osteomielite subaguda: quando há infecção entre duas e seis semanas;
  • Osteomielite crônica: quando há infecção por mais de seis semanas;

Nesses estágios, além de dor, inchaço e manchas vermelhas na pele, também podem surgir sintomas como febre e calafrios, que estão associados a alterações ósseas com necrose, cistos e abscessos.

Como Diagnosticar a Osteomielite em Pacientes com Pé Diabético?

O diagnóstico da osteomielite em pacientes com pé diabético requer uma abordagem multidisciplinar envolvendo:

Exame Clínico

Avaliação dos pés: o médico ou enfermeiro especialista examinará o pé para identificar sinais de infecção e avaliar a gravidade das úlceras presentes. A presença de tecido necrosado ou exposição óssea são sinais de infecção profunda.

A osteomielite é uma das principais causas de amputações do pé diabético
Avaliação do pé diabético – Foto: artmed

Exames de Imagem

  • Radiografia: podem não detectar infecções em estágios iniciais, mas podem mostrar alterações ósseas como destruição, erosões, osteólise ou periostite;
  • Ressonância Magnética (RM): é um exame capaz de detectar a presença de infecção óssea e avaliar a extensão e localização da lesão;
  • Tomografia Computadorizada (TC): fornece imagens detalhadas, especialmente em casos de osteomielite crônica.

Exames Laboratoriais

  • Hemograma Completo: pode mostrar sinais de infecção sistêmica, como aumento dos glóbulos brancos e níveis elevados de proteína C-reativa ou velocidade de hemossedimentação, que podem indicar uma resposta inflamatória no corpo, muitas vezes associada a infecções;
  • Velocidade de hemossedimentação (VHS) e PCR (proteína C reativa): ambos os testes são marcadores de inflamação e podem estar elevados em casos de osteomielite;
  • Cultura de amostras: uma amostra do osso é retirada e enviada ao laboratório para análise. Além de confirmar a osteomielite, essa análise permite a identificação do tipo de bactéria responsável pela infecção.

A combinação desses métodos permite identificar a presença da infecção óssea, avaliar sua extensão e guiar a decisão terapêutica. Portanto, o diagnóstico precoce da osteomielite e o tratamento adequado podem evitar a progressão da doença e, consequentemente, a amputação de membros inferiores.

Tratamento da Osteomielite em Pé Diabético

O tratamento da osteomielite em pé diabético deve ser urgente e multidisciplinar, envolvendo cuidados clínicos, cirúrgicos e acompanhamento rigoroso. As principais abordagens são:

Tratamento Antibiótico

Nos casos de osteomielite aguda, muitas vezes o tratamento com antibioticoterapia é suficiente. Nos casos de osteomielite subaguda ou crônica, normalmente é necessário o tratamento cirúrgico. No entanto, a escolha do antibiótico depende do tipo de bactéria identificada na cultura da ferida e da gravidade da infecção.

Desbridamento Cirúrgico

O desbridamento é o procedimento cirúrgico para remover o tecido necrosado ou infectado. Em casos mais graves, pode ser necessário remover partes do osso infectado para controlar a infecção e prevenir a propagação.

Sendo assim necessário realizar procedimentos para cobertura cutânea com enxertos ou retalhos de pele e uso de terapias adjuvantes como a câmara hiperbárica.

Cuidados com Úlceras

Além do tratamento da infecção óssea, é necessário tratar as úlceras subjacentes. Isso inclui limpeza regular, aplicação de curativos adequados – como a Membracel – e alívio de pressão na área afetada, usando dispositivos ortopédicos, como botas de unna ou palmilhas especiais.

A osteomielite é uma das principais causas de amputações do pé diabético
A Membracel acelera o processo de cicatrização e alivia a dor na primeira aplicação – Foto: Vuelo Pharma

Amputação

Nos casos em que a infecção está muito avançada e não pode ser controlada ou quando há risco de sepse, a amputação pode ser necessária. Essa medida extrema é tomada para salvar a vida do paciente e evitar a propagação da infecção.

Prevenção da Osteomielite em Pé Diabético

O primeiro passo para prevenir a osteomielite em pé diabético é manter os níveis de glicose sob controle para reduzir o risco de complicações, incluindo infecções.

Os pacientes diabéticos devem inspecionar seus pés diariamente para identificar qualquer característica fora do comum, utilizar calçados confortáveis, evitar andar de pés descalços e hidratar os pés para prevenir o surgimento de rachaduras e ferimentos.

Por último, mas não menos importante, realizar consultas regulares com um especialista em pé diabético para monitorar a saúde dos pés e tratar qualquer problema logo no início.

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