Por que algumas picadas de inseto viram feridas?
A picada de inseto é uma situação muito comum, especialmente nos dias mais quentes, quando mosquitos, formigas, abelhas e vespas estão mais presentes.
Normalmente, essas picadas causam apenas coceira, vermelhidão e inchaço, reações leves que desaparecem em poucos dias.
No entanto, em algumas pessoas, a reação pode ser mais intensa e uma simples picada de inseto pode se transformar em uma ferida difícil de tratar.
Isso acontece porque, ao picar, o inseto injeta saliva ou veneno que provoca uma resposta inflamatória do sistema imunológico. A pele reage com calor, coceira e irritação, sinais naturais de defesa do corpo.
Mas quando a coceira é muito forte e a pessoa coça repetidamente o local, a pele se rompe, abrindo espaço para a entrada de bactérias e formação de feridas.
Além disso, quem tem alergia à picada de inseto pode desenvolver reações mais graves, como angioedema ou anafilaxia, que exigem atendimento médico imediato.

Como identificar sinais de infecção em uma picada de inseto
A maioria das picadas de insetos tendem a desaparecer em poucos dias. Porém, quando a região é coçada em excesso ou não recebe os cuidados adequados, pode ocorrer uma infecção na pele, transformando uma simples picada em uma ferida dolorida e inflamada.
Os sinais de que a picada pode ter infeccionado incluem:
- Vermelhidão que aumenta e se espalha ao redor;
- Inchaço mais forte e dolorido;
- Pele quente e endurecida no ponto da picada;
- Saída de pus ou presença de crostas amareladas;
- Dor que piora com o tempo;
- E, nos casos mais sérios, febre, calafrios ou mal-estar.
Esses sinais são diferentes de uma reação alérgica, que costuma causar coceira em várias partes do corpo, inchaço no rosto ou nos lábios e até falta de ar, o que exige atendimento médico imediato.

Já a infecção fica concentrada no local da picada e tende a piorar com o passar dos dias, principalmente se a pele for ferida ao coçar.
Alguns tipos de picadas, como as de formigas-de-fogo, podem formar pequenas bolhas com pus, que se rompem e aumentam o risco de infecção bacteriana.
Por isso, se a ferida começar a apresentar secreção, dor intensa ou não melhorar em alguns dias, é importante procurar um médico para iniciar o tratamento adequado e evitar complicações.
Primeiros socorros em picadas que evoluem mal
Os primeiros socorros devem focar em aliviar os sintomas, evitar complicações e identificar sinais de alerta que exigem atendimento médico imediato.
Os passos principais são:
- Lave o local da picada com água e sabão com pH neutro para reduzir o risco de infecção.
- Evite coçar ou espremer a área afetada, pois isso pode piorar a inflamação e facilitar a entrada de bactérias.
- Aplique compressas frias por cerca de 10 minutos para aliviar a coceira, a dor e o inchaço.
- Mantenha a área limpa e coberta com uma gaze seca e troque sempre que necessário.
- Evite o uso de antissépticos fortes ou produtos irritantes, a menos que sejam recomendados por um profissional de saúde.
- Não coloque nenhuma substância, folhas ou qualquer produto na picada.
- Se houver formação de bolhas, não as estoure, mantenha protegidas e procure um profissional de saúde.
- Se possível, identifique o inseto que causou a picada, pois essa informação pode ajudar o médico a definir o tratamento mais adequado.
Se a picada não cicatrizar em poucos dias, a dor aumentar, houver sinais de infecção ou sinais de reação alérgica, procure atendimento médico imediatamente.

Quando a ferida precisa de atenção médica
A ferida causada por uma picada de inseto precisa de atenção médica quando:
- não cicatrizar em até uma semana, ou se a ferida aumentar de tamanho, apresentar pus, dor intensa ou vermelhidão que se espalha;
- apresentar calor local e febre, que podem indicar uma infecção;
- gerar inchaço acentuado, especialmente no rosto, lábios, olhos ou garganta;
- causar sintomas sistêmicos, como tontura, queda de pressão, náuseas, vômitos, manchas pelo corpo ou dificuldade para respirar;
- resultar de múltiplas picadas ou de insetos peçonhentos, como abelhas, marimbondos, aranhas ou escorpiões.
Em qualquer uma dessas situações, é importante procurar atendimento médico imediato, pois infecções e reações alérgicas podem evoluir rapidamente e colocar a vida em risco.
Tratamentos para cicatrização de feridas causadas por picadas
Nos casos mais simples de feridas causadas por picadas de insetos, o tratamento recomendado é:
- Lavar o local com água e sabão neutro para evitar infecções;
- Aplicar compressas frias por alguns minutos para reduzir dor, inchaço e coceira;
- Utilizar anti-histamínicos orais ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), quando houver orientação médica, para aliviar sintomas como coceira e inflamação;
- Aplicar pomadas calmantes ou corticoides tópicos, como triancinolona a 0,1%, que ajudam a controlar a irritação e acelerar a regeneração da pele;
- Manter a ferida limpa e protegida, evitando coçar ou espremer a área lesionada, o que pode atrasar a cicatrização e facilitar infecções.
Já em casos mais sérios, como reação alérgica moderada ou grave, o tratamento deve ser feito com anti-histamínicos intravenosos.
Com cuidados adequados e limpeza constante, a maioria das feridas causadas por picadas de insetos cicatriza em poucos dias, sem deixar marcas ou complicações.
Uso da Membracel em feridas abertas por picadas de insetos
A Membracel Membrana Regeneradora Porosa é uma membrana de celulose cristalina que pode acelerar a cicatrização e reduzir o risco de infecção de feridas abertas por picadas de insetos.
Isso porque a membrana substitui temporariamente a pele, estimulando a fase inflamatória da cicatrização e a epitelização tecidual.
Por conter poros, a Membracel permite trocas gasosas e a drenagemdo excessodeexsudato para o curativo secundário, mantendo o equilíbrio da umidade no leito da ferida, que favorece a regeneração dos tecidos, diminui o risco de infecção e proporciona mais conforto ao paciente.

IMPORTANTE: antes de iniciar o tratamento com o uso da Membracel, é importante identificar o inseto causador da picada e ser acompanhado por um profissional de saúde que determinará o tratamento correto.

Populações de risco: crianças, idosos, diabéticos
Algumas pessoas têm mais chances de ter complicações depois de uma picada de inseto. Isso acontece com crianças, idosos e pessoas com diabetes, porque a pele e o sistema de defesa do corpo podem reagir de forma mais intensa ou ter mais dificuldade para combater infecções. Por isso, os cuidados precisam ser redobrados.
1. Crianças
As crianças são mais sensíveis às picadas e podem apresentar reações mais intensas. Além disso, costumam coçar a área com mais força, o que aumenta o risco de feridas e infecções.
Cuidados importantes:
- Leve a criança para um local seguro para evitar novas picadas.
- Caso haja ferrão, remova-o raspando delicadamente a pele com um cartão rígido ou objeto semelhante. Evite o uso de pinça, pois apertar o ferrão pode liberar mais veneno.
- Lave com água e sabão e aplique compressa fria para diminuir a dor e o inchaço.
- Procure atendimento se a reação for forte, muito extensa ou diferente do comum.
- Use repelentes adequados à idade (a partir de 6 meses) e mosquiteiros.
- Mantenha a vacinação contra febre amarela atualizada, quando indicada.

2. Idosos
Os idosos têm a pele mais fina, podem ter imunidade mais baixa e apresentam maior risco de infecções como erisipela.
Cuidados importantes:
- Mantenha a área picada sempre limpa para evitar infecções.
- Observe sinais de piora: dor forte, área quente e vermelha, febre ou inchaço que aumenta.
- Evite exposição a insetos usando telas, roupas adequadas e repelentes seguros.
3. Pessoas com diabetes
As pessoas com diabetes têm maior risco de desenvolver infecções e dificuldade de cicatrização, especialmente quando a circulação está comprometida ou há perda de sensibilidade.
Cuidados importantes:
- Lave e seque bem a região da picada e observe diariamente se há sinais de infecção.
- Não use remédios por conta própria; procure atendimento se a área ficar mais vermelha, quente, dolorida ou com secreção.
- Use roupas e repelentes para evitar novas picadas e mantenha os ambientes protegidos contra insetos.

Quando há histórico de hipersensibilidade a picadas (como reações anafiláticas), é importante manter um kit com adrenalina autoinjetável e procurar atendimento médico imediatamente após a picada.
Prevenção: como evitar novas picadas e complicações
Embora não seja possível evitar todas as picadas, algumas medidas ajudam muito a reduzir o risco e a manter a segurança no dia a dia, tanto em ambientes urbanos quanto rurais.
- Use repelente nas áreas expostas da pele, especialmente se estiver em locais com mosquitos, carrapatos ou outros insetos.
- Prefira roupas compridas (calça, blusa de manga longa, meias e botas).
- Coloque a calça por dentro da bota em áreas de mata, para aumentar a proteção.
- Use botas de cano alto, botinas ou perneiras, elas podem evitar até 70% dos acidentes com animais peçonhentos.
- Use luvas de couro ao mexer com madeira, entulhos, folhas secas, jardins ou áreas rurais.
- Evite andar descalço, tanto dentro quanto fora de casa.
- Sacuda roupas e sapatos antes de usar, aranhas e escorpiões podem se esconder nesses locais.
- Mantenha alimentos cobertos em ambientes externos para não atrair insetos.
- Não bata ou tente afastar abelhas, isso aumenta as chances de ataque. Mantenha a calma e se afaste devagar.
- Verifique camas e colchões ao viajar, para evitar contato com percevejos.
- Ao trazer lenha para dentro de casa, verifique antes se não há insetos ou aranhas escondidas.
- Use ferramentas como enxada, pá ou pedaço de madeira antes de mexer diretamente em montes de folhas, lenha, pedras, cupinzeiros ou buracos.
- Fique atento ao caminhar próximo a rios, barrancos ou áreas alagadas, que podem ser abrigos de serpentes.
- Evite acúmulo de lixo, entulho, madeira, folhas secas ou materiais de construção.
- Mantenha o quintal limpo, a grama aparada e evite folhagens densas encostadas nas paredes.
- Vede frestas de portas, janelas, rodapés, paredes e pisos.
- Use telas em janelas, ralos, pias e tanques.
- Mantenha locais como paióis, depósitos e terreiros sempre limpos.
- Controle a presença de ratos e outros pequenos animais que atraem serpentes.
- Em áreas rurais, galinhas e gansos podem ajudar a afastar serpentes do entorno da casa.
- Examine os pés com frequência, lave bem pequenos machucados e mantenha a pele íntegra para evitar infecções.
- Utilize mosquiteiro de tecido fino sobre a cama para evitar entrada de insetos no ambiente.
- Não manipule animais silvestres ou tentar capturá-los.
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Andrezza Silvano Barreto Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE | Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE | Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma | Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 | Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals | Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária | Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária



