A cada ano, cerca de 20% das crianças são diagnosticadas com dermatite atópica e 5% apresentam a forma mais grave da doença, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
O que é dermatite atópica?
A dermatite atópica (DA), também conhecida como eczema atópico (EA), é uma doença crônica inflamatória da pele que causa muita coceira, ressecamento e descamação.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a dermatite atópica acomete 7% da população adulta e 25% das crianças do país.
A doença pode afetar pessoas de todas as idades, mas especialmente bebês e crianças entre os 3 meses e 2 anos de idade.
Os locais do corpo que são afetados variam de acordo com a idade, sendo mais comum nas dobras dos braços, joelhos e pescoço.

Saiba quais são as doenças comuns na infância.
Como a dermatite se manifesta em bebês?
A dermatite atópica em bebês pode surgir na região da pele que fica em contato com a fralda, popularmente conhecida como assadura. Acontece devido ao contato da pele com substâncias irritantes como pomadas, cremes e até mesmo urina, fezes ou suor da própria criança.
A assadura em bebê pode aparecer com mais frequência nas nádegas, pernas e dobras, geralmente em regiões mais sensíveis da pele.

Além da dermatite na área de fralda, outras áreas do corpo podem ser atingidas com a dermatite atópica. Nesses casos, existem outros fatores que podem contribuir para o surgimento da dermatite atópica, são eles:
- Produtos químicos presentes na fralda;
- Tecidos ásperos;
- Pólen;
- Mudanças de temperaturas;
- Fumaça de cigarro;
- Pelos de animais;
- Mofo;
- Excesso de banhos;
- Poeira;
- Alergias alimentares;
- Suor;
- Infecções respiratórias.
Além disso, quando um dos pais tem uma condição atópica (asma, renite, alergia ou dermatite), a chance da criança apresentar uma dermatite atópica aumenta em 25%.
Quais são os sintomas?
A dermatite atópica pode acontecer majoritariamente na primeira infância: 85% no primeiro ano de vida, chegando a 95% antes dos 5 anos.
É comum que essa doença entre em períodos de remissão, especialmente na adolescência, mas pode voltar na idade adulta.
Os sintomas da dermatite atópica em bebês são manifestações de irritação na pele acompanhada a manchas e bolhas avermelhadas. Outros sintomas caraterísticos são:
- Ressecamento da pele;
- Coceira constante;
- Áreas avermelhadas com ferimentos;
- Áreas espessas devido à coceira prolongada;
- Pele rachada e escamosa;
- Bolhas e inchaço;
- Pele grossa, escura e com cicatrizes.

Os sintomas costumam se manifestar no rosto e couro cabeludo, bem como em joelho, cotovelo, mãos, pés, tornozelos, pulsos, pescoço, parte superior do peito, pálpebras, entre outras partes do corpo.
Já em adolescentes, os sintomas costumam acontecer com mais frequência nas dobras da frente dos cotovelos e atrás dos joelhos.
Nesse conteúdo falamos sobre o que fazer com pequenas lesões em crianças.
Tipos de dermatite em bebê
Os principais tipos de dermatites em bebês são:
- Dermatite atópica em bebê: é uma condição crônica que geralmente se inicia na infância, caracterizado por ressecamento da pele e lesões que aparecem no rosto e dobras da pele, como atrás dos joelhos e cotovelos;
- Dermatite de contato em bebê: também conhecida como dermatite de fralda, ocorre quando a pele do bebê entra em contato com uma substância irritante ou alergênica, como urina, fezes, produtos presentes nas fraldas, sabonetes, detergentes ou certos tipos de tecidos, causando vermelhidão, inchaço e até bolhas;
- Dermatite seborreica em bebê: também conhecida como crosta láctea, a dermatite seborreica surge no couro cabeludo dos bebês, causando manchas escamosas e crostosas;
- Dermatite alérgica em bebê: é uma reação alérgica a substâncias específicas, como alimentos, pólen ou picadas de insetos que podem causar desde erupções cutâneas até inchaço e urticária.

A dermatite atópica é contagiosa?
A dermatite atópica em bebês não é contagiosa. Por se tratar de uma doença crônica e hereditária, não é possível ser transmitida por contato.
Tratamento para dermatite atópica em bebês
A dermatite atópica em bebês não tem cura, mas tem tratamento. O tratamento consiste em controlar os sintomas e prevenir complicações para proporcionar conforto e qualidade de vida ao bebê nos seus primeiros anos de vida.
Portanto, o tratamento da dermatite em bebês é com base nos cuidados com a pele:
- Utilizar cremes ou pomadas recomendadas pelo médico pediatra;
- Aplique o Spray de Barreira na pele que fica em contato com a fralda para evitar o surgimento de dermatites e lesões causadas pelo contato com urina e fezes;
- Evitar produtos que possam irritar a pele do bebê, como sabonetes ou detergentes;
- Evitar banhos quentes e prolongados para não aumentar o ressecamento da pele;
- Manter a pele do bebê bem hidratada, especialmente após o banho, com a pele ainda úmida;
- Vestir o bebê com roupas leves e de algodão para evitar o calor excessivo e a transpiração.

Considerando que a dermatite atópica em bebês pode ser desencadeada por diversos fatores, somente o médico pediatra, alergologista, dermatologista pode diagnosticar essa condição e o enfermeiro dermatológico quem realiza os cuidados.
Quais cuidados tomar para a prevenção de dermatite atópica?
Para prevenir as crises provocadas pela dermatite atópica é importante adotar alguns cuidados especiais com a pele como:
- Identificar os fatores de risco que desencadeiam as crises;
- Evitar arranhar ou esfregar a região afetada;
- Tomar banhos curtos e não muito quentes para evitar ressecar a pele;
- Secar suavemente a pele após o banho, utilizando toalhas macias;
- Usar sabonetes sem fragrâncias;
- Usar o Spray de Barreira para proteção evitar dermatites causadas por agentes externos;
- Manter a pele sempre bem hidratada;
- Evitar o uso de roupas de lã e tecido sintético;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Evitar o contato com substâncias irritantes e alérgenos;
- Tomar bastante água;
- Utilizar travesseiros de fibra sintética;
- Usar protetor solar diariamente.

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Andrezza Silvano Barreto Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE | Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE | Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma | Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 | Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals | Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária | Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária



