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Hipersensibilidade: o que é, tipos e tratamentos eficazes

Hipersensibilidade: o que é, tipos e tratamentos eficazes

Publicação: 24 de abril de 2025

Última modificação: 2 meses atrás

Hipersensibilidade: o que é, tipos e tratamentos eficazes

Você já teve uma reação alérgica inesperada e ficou se perguntando o que causou aquilo? Ou conhece alguém que desenvolveu uma condição autoimune aparentemente do nada?

A resposta para muitos desses quadros pode estar relacionado uma resposta exagerada do sistema imunológico, também conhecida como hipersensibilidade.

O que é hipersensibilidade?

A hipersensibilidade é uma reação exagerada do sistema imunológico a substâncias que, em condições normais, seriam inofensivas ao organismo.

Assim, essa reação exagerada pode se manifestar de diferentes formas e intensidades, desde alergias leves até doenças autoimunes mais graves.

Embora esteja associada apenas às alergias, a hipersensibilidade também pode provocar respostas patológicas que afetam diferentes tecidos e órgãos do corpo.

Classificação dos tipos de hipersensibilidade (I a IV)

As reações de hipersensibilidade são classificadas em quatro tipos: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV, com base nos mecanismos imunológicos envolvidos e no tempo de resposta após a exposição ao agente causador.

HIPERSENSIBILIDADE TIPO I (Imediata ou Alérgica)

A hipersensibilidade do tipo I, é mediada por anticorpos do tipo IgE e ocorre minutos após a exposição ao alérgeno, sendo por isso chamada de imediata.

Pólen, poeira, alimentos, medicamentos ou veneno de insetos são alguns dos principais desencadeadores da hipersensibilidade tipo I.

As manifestações podem afetar a pele (urticária e eczema), olhos (conjuntivite), nasofaringe (rinorréia, rinite), tecidos broncopulmonares (asma) e trato gastrointestinal (náusea, gastroenterite).

Além disso, o início das reações costuma ser entre 15 e 30 minutos após a exposição, mas em alguns casos pode se manifestar em até 12 horas.

Hipersensibilidade: o que é, tipos e tratamentos eficazes
A hipersensibilidade imediata é a forma mais comum de alergia – Foto: Adobe Stock

HIPERSENSIBILIDADE TIPO II (Citotóxica)

Já a hipersensibilidade do tipo II é mediada por anticorpos IgG ou IgM que reconhecem estruturas presentes em células do próprio corpo, ativando o sistema complemento e resultando em destruição celular.

As reações de tipo II incluem rejeição hiperaguda a enxertos de um transplante de órgão, anemias hemolíticas autoimunes, tireoidite de Hashimoto e síndrome de Goodpasture.

HIPERSENSIBILIDADE TIPO III: (Imune Complexa)

Na hipersensibilidade do tipo III, ocorre a formação de complexos antígeno-anticorpo que se depositam nos tecidos, desencadeando inflamação local elesões.

As doenças associadas incluem lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reumatoide, vasculites, glomerulonefrites e doença do soro. Os sintomas aparecem de 3 a 10 horas após o contato com o antígeno.

Hipersensibilidade: o que é, tipos e tratamentos eficazes
O lúpus é uma doença autoimune associada à hipersensibilidade tipo III, caracterizada pela formação de anticorpos contra antígenos do próprio organismo – Foto: Adobe Stock

HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV (Tardia ou Mediada por Células T)

Ao contrário dos outros tipos, a hipersensibilidade do tipo IV é a única que não envolve anticorpos, sendo mediada por linfócitos T.

Além disso, é também chamada de tardia, pois os sintomas surgem entre 24 e 72 horas após a exposição.

As reações do tipo IV são síndrome de Stevens-Johnson, dermatite de contato, reações a medicamentos (como DRESS e SSJ/NET), pneumonite por hipersensibilidade, resposta imunológica à tuberculose e rejeição aguda ou crônica de transplantes.

Principais causas da hipersensibilidade

A hipersensibilidade pode ser desencadeada por uma combinação de fatores externos (exógenos) e internos (endógenos), que ativam de forma exagerada o sistema imunológico.

FATORES EXTERNOS

Os principais agentes externos que podem provocar uma resposta imune exagerada são:

  • Alergênicos ambientais: ácaros, pólen, pelos de animais e mofo.
  • Alimentos: leite, ovos, nozes, frutos do mar e glúten.
  • Medicamentos: antibióticos, anti-inflamatórios, anestésicos e outros fármacos.
  • Produtos químicos: cosméticos, metais (como níquel), tinturas e látex.

FATORES INTERNOS

Por outro lado, pessoas com histórico familiar de doenças alérgicas ou autoimunes, são mais propensas a desenvolver reações de hipersensibilidade, devido a uma resposta imunológica naturalmente mais sensível.

Sintomas comuns e sinais de alerta

Os sintomas da hipersensibilidade variam do tipo de hipersensibilidade e da reação do organismo. No entanto, os sintomas mais comuns são:

  • Coceira, vermelhidão e inchaço na pele;
  • Espirros, congestão nasal, olhos lacrimejantes;
  • Dificuldade para respirar, chiado no peito;
  • Dor abdominal, diarreia, náuseas;
  • Cansaço, febre, dor nas articulações (em casos autoimunes).

Hipersensibilidade: o que é, tipos e tratamentos eficazes
A coceira na pele é um dos principais sinais da hipersensibilidade alérgica – Foto: Adobe Stock

Atenção aos sinais de alerta para reações graves:

  • Queda súbita da pressão arterial
  • Inchaço em língua e garganta
  • Dificuldade extrema para respirar
  • Perda de consciência

Nesses casos, é importante procurar atendimento médico imediato, pois pode se tratar de uma anafilaxia, condição potencialmente fatal.

Diagnóstico e testes laboratoriais

O diagnóstico da hipersensibilidade depende de uma avaliação clínica detalhada, incluindo histórico do paciente, exame físico e testes laboratoriais para confirmar o tipo e a causa da reação.

Os principais testes para diagnosticar a hipersensibilidade são:

  • Teste cutâneo de alergia (prick test): identifica alergias tipo I.
  • Dosagem de IgE específica: detecta sensibilização a antígenos.
  • Teste de contato (patch test): avalia reações tardias da pele.
  • Exames de sangue (hemograma, autoanticorpos): ajudam a identificar reações do tipo II, III e IV.
  • Biópsia de pele ou mucosas (em casos complexos).

A solicitação desses exames deve ser feita por profissionais especializados, como imunologistas ou alergistas, para determinar o diagnóstico e tratamento adequado.

Tratamentos e estratégias de manejo clínico

O tratamento da hipersensibilidade depende da causa, da gravidade dos sintomas e do tipo de reação. O principal objetivo é controlar os sintomas, prevenir novas crises e evitar complicações.

O primeiro passo é identificar e evitar o alérgeno ou a substância que está causando os sintomas. Isso inclui mudanças no estilo de vida, como manter o ambiente limpo, usar filtros de ar e evitar produtos que contenham os agentes desencadeantes.

Em alguns casos, como nas infecções bacterianas, o uso de antibióticos é necessário. Já infecções virais podem exigir antivirais, quando indicado pelo profissional de saúde.

Além disso, diferentes medicamentos podem ser utilizados para aliviar os sintomas, conforme o tipo de hipersensibilidade:

  • Anti-histamínicos: bloqueiam a ação da histamina, reduzindo sintomas como coceira, espirros e vermelhidão.
  • Corticoides: reduzem a inflamação, especialmente em casos moderados a graves.
  • Broncodilatadores: usados principalmente em reações respiratórias, como asma.
  • Imunossupressores: usados em doenças autoimunes graves.

Nos casos de hipersensibilidade cutânea grave, pode ser necessário o uso tópico ou sistêmico de corticosteroides ou imunossupressores, sempre com acompanhamento médico, para evitar efeitos colaterais e garantir eficácia no tratamento.

Agora que você já sabe tudo sobre hipersensibilidade, entenda por que o outono é a temporada das alergias e como aliviar os sintomas com atitudes simples.

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