Verão, praia, sol… A estação mais quente do ano exige cuidados específicos com a pele. O excesso de exposição solar causa danos às células da pele e pode, futuramente, causar tumores de pele e até câncer.
Mesmo que pareçam inofensivas, as queimaduras de sol podem resultar em casos graves, como queimaduras com manchas avermelhadas e até com bolhas. Esse tipo de queimadura pode causar dor, sensação de queimação, ardência, pinicamento, coceira e alteração na textura da pele.
Saiba com mais detalhes como identificar o grau de uma queimadura.
O que são queimaduras solares?
Queimaduras solares são lesões na pele causados pela exposição excessiva e desprotegida à radiação ultravioleta (UV) do sol.
Elas ocorrem quando a pele absorve mais radiação do que pode suportar, resultando em sintomas como vermelhidão, dor, inchaço e, em casos mais graves, bolhas.
A radiação UV é composta por três tipos de raios:
- UVA: penetram profundamente na pele e, com o tempo, causam envelhecimento precoce, perda de elasticidade e aumento do risco de câncer de pele.
- UVB: atingem a camada superficial da pele (epiderme) e são os principais responsáveis pela vermelhidão, dor e inchaço das queimaduras solares.
- UVC: são bloqueados pela atmosfera terrestre e não oferecem risco direto à pele humana.
A gravidade das queimaduras solares pode variar conforme a intensidade da exposição, a sensibilidade individual e o tipo de pele.
Pessoas com pele mais clara são geralmente mais suscetíveis aos danos causados pelo sol, enquanto pessoas de pele negra têm maior proteção natural, mas ainda assim podem sofrer queimaduras e devem se proteger.
Queimaduras solares afetam todos os tipos de pele – Foto: Adobe Stock
Sintomas de queimadura solar grave
Segundo o Ministério da Saúde, quanto maior o tempo de exposição ao sol, mais graves podem ser os sintomas, que incluem:
- respiração rápida e difícil;
- palidez, podendo haver desmaios;
- convulsões;
- temperatura do corpo muito elevada;
- extremidades arroxeadas;
- fraqueza muscular;
- coma;
- morte.
Por isso, é extremamente importante buscar ajuda médica imediata assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas de insolação.
O que não fazer em caso de queimadura solar
Após uma queimadura solar, é importante saber o que (não) fazer:
- Não aplique gelo diretamente na pele (isso pode piorar a queimadura);
- Não estoure bolhas;
- Não use pasta de dente, manteiga ou outras receitas caseiras;
- Não se exponha novamente ao sol até a pele estar completamente recuperada;
- Não aplique produtos com álcool ou fragrâncias na área afetada;
- Não esfregue a pele ao lavar ou secar;
- Evite roupas apertadas ou que provoquem atrito na região queimada.
Queimaduras leves podem ser tratadas com pomadas cicatrizantes e hidratantes, como Bepantriz – Foto: Adobe Stock
Tão importante quanto evitar esses erros é adotar os cuidados certos:
- Refresque a pele com água fria ou compressas geladas;
- Aplique loções hidratantes ou cremes calmantes (como os que contêm aloe vera);
- Beba bastante água para manter-se hidratado;
- Proteja a pele do sol enquanto durar a recuperação;
- Use roupas leves e soltas;
- Ao voltar a se expor ao sol, aplique protetor solar com FPS alto.
Se a dor for intensa ou persistente, procure orientação médica, o uso de analgésicos pode ser indicado.
Tratamentos caseiros que devem ser evitados
Embora algumas receitas caseiras sejam populares, muitas delas podem piorar ainda mais a irritação e a sensibilidade da pele em vez de ajudar. Por isso, evite:
- Aplicar gelo diretamente na pele queimada, pois pode causar vasoconstrição e agravar a lesão em vez de aliviar;
- Usar manteiga, óleo ou vaselina, que obstruem os poros e dificultam a cicatrização;
- Passar pó de café, creme dental ou outras substâncias caseiras, que podem causar irritações e não têm eficácia comprovada;
- Utilizar produtos com álcool, como loções ou perfumes, que ressecam e aumentam o desconforto na pele queimada;
- Aplicar esfoliantes ou ácidos, que agravam a lesão e podem causar mais danos à pele sensibilizada;
- Usar produtos químicos incomuns, como gel de purificadores de ar ou peróxido de hidrogênio, pois podem irritar a pele;
- Aplicar pomadas antibióticas sem orientação médica, que podem causar reações alérgicas ou erupções cutâneas;
- Expor a pele ao sol durante a cicatrização, o que pode atrasar a recuperação e causar manchas.
Evite a exposição ao sol após uma queimadura, pois a recuperação da pele pode levar de 7 a 14 dias – Foto: Adobe Stock
Como evitar queimaduras do sol?
Desidratação e insolação são alguns dos problemas que o excesso de exposição ao sol pode causar. Veja abaixo 10 dicas para manter a pele protegida, hidratada e saudável:
- Use filtro solar regularmente;
- O fator de proteção solar mínimo indicado é 30;
- Aplique o filtro solar, ao menos, 30 minutos antes de se expor ao sol;
- Reaplique o filtro solar a cada 2 horas;
- Evite se expor ao sol entre 10h e 16h;
- Aplique hidratantes após o banho;
- Use óculos escuros, boné e, se possível, roupas com proteção solar;
- Beba, no mínimo, 2 litros de água por dia;
- Sempre que mergulhar no mar ou piscina, reaplique o filtro solar. Essa dica também vale em caso de suor excessivo;
- Escolha bem o guarda-sol. A melhor proteção está nos tecidos mais espessos (como lona ou algodão) e nas cores mais escuras, que filtram a radiação solar.
Consequências de queimaduras solares repetidas
A exposição frequente e sem proteção ao sol, especialmente com queimaduras solares repetidas, pode trazer sérios danos à saúde da pele.
- A exposição intensa e repetida à radiação ultravioleta (UV) aumenta o risco de câncer de pele (como o melanoma) e outras lesões na pele;
- Pessoas que trabalham ao ar livre por longos períodos, seja no trabalho ou durante a prática de esportes, têm maior probabilidade de sofrer queimaduras solares com frequência, o que aumenta o risco de câncer de pele;
- Uma única queimadura solar na infância ou adolescência aumenta a chance de desenvolver melanoma na idade adulta;
- Com o tempo, os danos à pele causados pela exposição solar começam a se acumular, aumentando progressivamente o risco de câncer de pele;
- Pesquisas mostram que ter cinco ou mais queimaduras solares durante a vida, isso pode dobrar o risco de desenvolver melanoma;
- Você pode reduzir o risco de câncer de pele tomando medidas preventivas como as dicas citadas acima.
As queimaduras solares são um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele – Foto: Adobe Stock
Quando procurar o pronto-socorro quando houver queimadura de sol?
Quando a queimadura apresentar bolhas e descamação da pele, acompanhadas de sintomas como febre, calafrios, náuseas, dor de cabeça ou confusão mental, podendo indicar uma insolação, uma condição mais grave que a queimadura.
Como tratar queimaduras do sol?
As queimaduras solares podem passar por vários estágios: vermelhidão, formação de bolhas e descamação da pele. A sensação de coceira e sensibilidade pode persistir por várias semanas.
Nunca use receitas caseiras. Em casos de queimaduras graves, é importante procurar o pronto atendimento para avaliar o grau, a extensão e o comprometimento das camadas da pele. Qualquer conduta para amenizar as queimaduras solares extensas deve ser orientada pelo profissional da saúde.
Nos casos de queimaduras superficiais, as dicas abaixo podem ser úteis:
- Compressas de água fria podem ajudar a baixar a temperatura corporal e aliviar o desconforto;
- Evite exposição ao sol, água quente e o uso de esponja ou esfoliantes na região atingida;
- Nunca estoure as bolhas por conta própria. O ideal é protegê-las para evitar infecções e danos às camadas mais profundas da pele;
- Se a bolha estourar sozinha, curativos especiais, como a Membracel, ajudam na proteção da região exposta e aceleram a cicatrização da pele;
- Se a pele descamar, evite puxar as “casquinhas”, pois o local está sensível e suscetível a infecções;
- Beba bastante água, sucos naturais e água de coco para prevenir desidratação;
- Em caso de febre, náuseas ou desmaios procure um médico imediatamente.
Aplicação da Membracel em queimaduras solares – Foto: Divulgação
Confira quais são os produtos mais populares indicados e que, erroneamente, são passados de geração em geração para queimaduras.
Uso de membranas regeneradoras no tratamento de queimaduras solares graves
As queimaduras solares ocorrem rapidamente e deixam marcas duradouras na pele se não forem tratadas de forma rápida e adequada.
Para o tratamento de queimaduras de 2º grau, aquelas que desprendem a pele ou causam bolhas, a Membrana Regeneradora Porosa Membracelé muito indicada, pois acelera a cicatrização da pele e alivia a dor em poucos minutos.
A aplicação da membrana é feita por um profissional de saúde, geralmente após o rompimento das bolhas (quando necessário), e na maioria das vezes, uma única aplicação de membrana é necessária até a cicatrização total da pele.
A Membracel ajuda a manter a umidade natural da região, contribuindo para a formação do tecido de granulação (etapa essencial para a reepitelização) e acelerando o processo de cicatrização.
Prevenção de queimaduras solares em diferentes faixas etárias
Os raios solares causam queimaduras na pele tanto de crianças quanto em adultos e idosos. Além disso, queimaduras solares não causam apenas desconforto imediato, elas também aumentam o risco de problemas de saúde a longo prazo, como o câncer de pele.
A pele das crianças e dos idosos é naturalmente mais fina e sensível, o que a torna mais vulnerável às queimaduras e à desidratação, mesmo em curtos períodos de exposição.
Crianças e idosos são mais vulneráveis a problemas de saúde causados pelo calor – Foto: Adobe Stock
Já os adultos, embora tenham uma pele mais resistente, também devem se proteger, pois a exposição solar contínua e sem proteção pode causar queimaduras e aumentar o risco de câncer de pele ao longo do tempo.
Confira abaixo as principais recomendações de prevenção para cada faixa etária:
CRIANÇAS
- Use protetor solar infantil com FPS 30 ou superior. Aplique generosamente em todas as áreas expostas e reaplique a cada 2 horas ou após nadar/suar.
- Prefira roupas com proteção UV, óculos escuros, chapéu de abas largas, camisa de mangas compridas ou calças compridas.
- Procure sombra sempre que possível, especialmente entre 10h e 16h, quando o sol está mais forte.
ADULTOS
- Use protetor solar com FPS 60 ou mais, aplicado 30 minutos antes da exposição e reaplicado a cada duas horas, ou após atividades que envolvam suor ou contato com água;
- Inclua o uso de protetor labial com FPS.
- Utilize roupas leves, bonés ou chapéus e óculos escuros para proteção extra.
- Evite atividades durante os horários de pico de sol (10h às 16h), quando a radiação solar é mais intensa.
IDOSOS
- Prefira protetores solares com FPS acima de 50, de textura cremosa e com ação hidratante (especialmente para peles ressecadas).
- Use roupas de manga longa, chapéus e roupas com proteção UV.
- Reforce a hidratação com ingestão de líquidos e evite a exposição direta ao sol nas horas de pico.
- Busque sombra sempre que possível, como debaixo de um guarda-chuva, barraca ou árvores.
A proteção solar contribui para uma vida mais saudável e protegida – Foto: Adobe Stock
É importante destacar que o uso de protetor solar não é apenas para o verão ou para ir à piscina, deve ser usado o ano todo, em qualquer estação e até em dias nublados.
Esses cuidados básicos podem ajudar a cuidar da pele e garantir que o verão e as férias sejam tranquilos e bem aproveitados.
Antonio Rangel
Antônio Rangel
Enfermeiro Especialista Estomaterapia e Podiatria Clinica e saúde da Família |
Graduado em enfermagem pela PUC-PR |
Pós-graduado em Estomaterapia (feridas, incontinência e estigmas) pela PUC-PR |
Pós-graduado em Podiatria Clínica pela UNIFESP |
Pós-graduado em Saúde Coletiva pela UFPR |
Pós-graduado em Saúde da Família pela Faculdade Evangélica pela PR |
Enfermeiro Assessor Técnico da Vuelo Pharma até 2023 |
Professor convidado do curso de Estomaterapia da PUC-PR |
Enfermeiro referência para tratamento de feridas e pé diabético da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba