As feridas de pele são definidas como interrupções da integridade cutâneo-mucosa que resultam no desequilíbrio da saúde, muitas vezes impedindo ou dificultando atividades básicas do dia a dia, como a locomoção. As lesões de pele são classificadas como: feridas crônicas e agudas. Veja abaixo as características de cada uma delas.
Feridas crônicas
Quando, fisiologicamente, o processo de cicatrização não ocorre da forma esperada. Alguns autores indicam que toda ferida com mais de 6 meses é considerada lesão crônica. Geralmente, estão associadas a doenças pré-existentes, como diabetes e insuficiência venosa.
São exemplos de feridas crônicas as lesões por pressão, feridas nas pernas causadas por diabetes, feridas infectadas, úlceras varicosas, entre outras.
Feridas agudas
Em geral, a cicatrização ocorre dentro do período esperado e sem complicações. As principais causas são traumatismos, mas também podem ser feridas térmicas (queimaduras), infecciosas, químicas, vasculares, alérgicas e radioativas.
Além dessas duas classificações, as feridas podem, ainda, ser categorizadas como:
- Superficiais: quando ocorrem na epiderme, derme ou hipoderme;
- Profundas: quando outras estruturas são atingidas, como músculos, articulações, cartilagens, tendões, ligamentos, ossos, órgãos cavitários, etc.
- Fechadas: quando a continuidade da pele e dos tecidos não é danificada;
- Abertas: quando ocorre a descontinuidade e rompimento da barreira de proteção da pele, aumentando os riscos de infecção;
- Simples: evoluem rapidamente para a cicatrização;
- Complexas: com evolução mais lenta e progressiva, têm maior tendência para cronicidade. Quando apresentam processo infeccioso (por estarem contaminadas, colonizadas ou infectadas), podem conter tecidos desvitalizados, exsudação abundante e odor característico.

Afinal, qual é a diferença entre Ferida Crônica e Ferida Aguda?
As feridas agudas podem ocorrer repentinamente, como uma incisão cirúrgica, uma queimadura ou qualquer outro tipo de trauma que resulta em uma ferida aberta.
Em circunstâncias saudáveis, as feridas cicatrizam no tempo esperado dos estágios de cicatrização: hemostasia, inflamação, proliferação e remodelação.
Quando às feridas crônicas, podem ser definidas como feridas que demoram para cicatrizar após quatro semanas do ferimento, pois não conseguem progredir nos estágios normais de cicatrização e geralmente são sinais de um problema subjacente de saúde ou nutrição.

Úlceras venosas e arteriais, úlceras diabéticas, especialmente pé diabético e úlceras por pressão são apenas alguns exemplos de tipos de feridas crônicas.
Quanto ao tratamento de feridas agudas, é simples, muitas vezes consistindo na limpeza adequada da ferida, uso de curativos e, quando necessário, aplicação de antibióticos tópicos.
Já as feridas crônicas, exigem tratamentos mais complexos, como o uso de terapias avançadas de cicatrização, acompanhamento contínuo e, em muitos casos, intervenções cirúrgicas para remover tecidos desvitalizados.
Tratamento de Feridas Agudas
O tratamento de feridas agudas segue uma abordagem simples, já que essas lesões cicatrizam dentro do tempo esperado. O primeiro passo é a limpeza adequada da ferida para remover qualquer sujeira ou material estranho que possa causar infecções. Em seguida, é aplicada uma cobertura protetora, como um curativo, para manter a área protegida de novos traumas e contaminações.
Além disso, é importante garantir a proteção da pele ao redor da ferida. Produtos como cremes hidratantes ou pomadas antibióticas podem ser usados para evitar que a pele fique ressecada ou irritada, o que ajuda a prevenir infecções. Também é importante trocar os curativos regularmente, mantendo sempre a ferida limpa e seca.
Com esses cuidados básicos, a recuperação costuma ser rápida e eficiente. O corpo é capaz de seguir seu processo natural de cicatrização, restaurando o tecido lesionado em algumas semanas, sem maiores complicações. Em muitos casos, a orientação médica não é necessária, exceto se houver sinais de infecção, como inchaço, vermelhidão e presença de pus ou secreção.

Tratamento de Feridas Crônicas
O tratamento de feridas crônicas é muito mais complexo e exige uma abordagem multidisciplinar. Em casos como úlceras varicosas ou feridas no pé de pessoas diabéticas, são utilizados métodos avançados, como o uso da Membracel Membrana Regeneradora Porosa, que cria um ambiente ideal para a regeneração dos tecidos e protege a ferida contra agentes externos. Essa tecnologia é indicada para acelerar a cicatrização, principalmente em feridas que se tornam difíceis de fechar.
Outro método essencial é a terapia compressiva, especialmente em casos de insuficiência venosa. Essa técnica ajuda a melhorar a circulação sanguínea, diminuindo o inchaço e facilitando a cicatrização da ferida.
Além disso, curativos especializados que controlam a umidade da ferida e evitam a proliferação de bactérias são fundamentais para o sucesso do tratamento. O estomaterapeuta, profissional especializado no tratamento de feridas, desempenha um papel importante, monitorando o progresso e ajustando as terapias conforme necessário.
Para garantir uma cicatrização completa, é indispensável tratar as condições subjacentes, como diabetes e problemas de circulação. Sem o controle dessas doenças, a ferida tende a se manter aberta e propensa a infecções. Por isso, o tratamento deve ser holístico, abordando tanto a lesão quanto a saúde geral do paciente.
Produtos Inovadores para Cicatrização de Feridas
O tratamento de feridas, especialmente crônicas, vem avançando com o uso de curativos inovadores. Um exemplo é o uso da Membracel, uma membrana regeneradora que acelera a cicatrização de feridas crônicas ao fornecer uma barreira protetora e promover a regeneração da pele.
A membrana age como uma segunda pele, protegendo a ferida de agentes externos e reduzindo o risco de infecção. Além disso, estimula a regeneração celular, permitindo que a pele se reconstrua de maneira mais rápida e eficiente.

O uso da Membracel pode ser indicado para o tratamento de feridas que não cicatrizam, como úlceras venosas e feridas do pé de pacientes diabéticos. Com o uso de membranas regeneradoras, o tempo de cicatrização pode ser significativamente reduzido, proporcionando maior qualidade de vida ao paciente.
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Antônio Rangel Enfermeiro Especialista Estomaterapia e Podiatria Clinica e saúde da Família | Graduado em enfermagem pela PUC-PR | Pós-graduado em Estomaterapia (feridas, incontinência e estigmas) pela PUC-PR | Pós-graduado em Podiatria Clínica pela UNIFESP | Pós-graduado em Saúde Coletiva pela UFPR | Pós-graduado em Saúde da Família pela Faculdade Evangélica pela PR | Enfermeiro Assessor Técnico da Vuelo Pharma até 2023 | Professor convidado do curso de Estomaterapia da PUC-PR | Enfermeiro referência para tratamento de feridas e pé diabético da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba